domingo, 28 de junho de 2009

Não tem preço! Tarde de sábado. Cinzento sábado. Sinto frio. Talvez o frio que sinto seja apenas meus temores, medo do incógnito, da surpresa ainda não desvendada. Tarde de sábado, ônibus, trem ambos cansados das indas e vindas de toda a semana, mais uma viagem, apenas mais uma.
O trem corre veloz ou será apenas as batidas cardíacas que teimam em acelerar? Cada estação, tudo igual, passageiros apressados, uns entram, outros saem, boiadas humanas, apenas as fisionomias terrivelmente humanas mudam a cada parada e o trem retoma seu trajeto preso as linhas do seu destino, de quando em vez acordado pela voz morna de alguém que anuncia a chegada de uma nova estação. Sinal de bons ventos? De bons tempos?
Noite criança, e o friozinho encontra pouso no meu rosto, o vai e vem de seres apressados desperta-me, encolho-me um pouco mais, mãos nervosas procuram consolo no bolso do casaco pedindo forças de seguir adiante. Finalmente, os passos hesitantes seguem agora com seguros toc-toc pelas ruas perdendo-se entre os transeuntes. Paro, respiro fundo, olho para cima o letreiro marca meu ponto de chegada, cá estou eu frente ao "MAOMÉ". Entro devagar, já estou sendo esperada, todos cá, maravilha! Gostoso conhecer a Ivanez, o José, encontrar o Henry, abraçar a Henriqueta ( que pessoa linda!), travar amizade com pessoas que no turbilhão de abraços e beijos fugiram-me os nomes. Delícias do Maomé entreverado com o bate-papo, chá de canela, chocolate quente saboreado com a torta de limão, hummm, arrematado com a insubstituível Marta Rocha, quem sabe? Passaria desapercebido como um encontro entre amigos nada mais se.. (Ah! o se, quanto mistério envolve o se... quanta esperança depositada em si, e são apenas duas letrinhas, tão pequeninas...)
Nada mais se... as luzes não se apagassem e a chama de uma diminuta velinha não se agigantasse na penumbra e o símbolo da luz etérea com sua coloração vermelho-dourado não tocasse os corações fazendo-nos celebrar a nossa bela maturidade. E assim, na noite fria de sábado, no cálido aconchego dos velhos amigos, dos amigos recentes ouviu-se as vozes em mandarim, português, espanhol, francês, italiano o Parabéns pra você (Parabéns para nós), dessa maneira fica o registro cantado nos vários idiomas porque assim se faz saber que o ser humano é UM, e que idiomas diversos já não são muros mas pontes, fazendo-nos acreditar nos seres que somos, na possibilidade da convivência pacífica e harmoniosa entre os povos, pois a nossa essencia é uno. Almas é o que somos, filhos do Pai e da Mãe Oceanos de doçura e de sabedoria Suprema.
Tomo a rua, o vento gelado das horas já nao é suficiente para sentir frio. Suavemente Henriqueta toma-me pelo braço, calmamente atravessamos a imensa avenida à nossa frente, Porto Alegre popula, a juventude fervilha ao nosso redor. Desnudo a noite. Não tem preço!

Nenhum comentário:

Postar um comentário